Muitas vezes se fala em possessão espiritual, situação em que alguém é possuído por um espírito mau e tem atitudes das mais díspares. Mas, será mesmo assim? Venha saber o que pensa a Doutrina Espírita (ou Espiritismo) acerca deste assunto.
É muito comum ouvir dizer-se que alguém foi possuído espiritualmente. Geralmente descreve-se a possessão espiritual como a entrada de um espírito no corpo de uma pessoa, obrigando-o a fazer coisas que ele não deseja. De tal modo tais episódios existem, que deram origem a um ritual católico: o exorcismo, cujo objectivo seria expulsar o demónio do corpo dessa pessoa.
Entretanto, com o advento do Espiritismo, nas suas componentes científica, filosófica e moral, o assunto ganhou novos dados, e acabou por ser desmistificado.
Se consultarmos «O Livro dos Espíritos» bem como «O Livro dos Médiuns», ambos de Allan Kardec podemos encontrar novos conceitos acerca do assunto.
Com o Espiritismo, através da observação, repetição dos factos e comprovação dos fenómenos, concluiu-se experimentalmente que é possível comunicar com aqueles que já estão no mundo espiritual, isto é, cujos corpos físicos já morreram. Assim, descobriu-se que nas sessões de exorcismo não era o diabo que se comunicava, mas sim, espíritos perturbados que mais não eram do que as almas de pessoas que viveram na Terra e que continuavam em estado de perturbação. Nesse sentido, numa sessão espírita não se expulsa o “diabo” (já que este não existe) mas doutrinam-se aquelas pessoas que por desconhecimento da vida espiritual andam em perturbação nesse mesmo plano.
Os Espíritos interferem positiva ou negativamente na nossa vida,
conforme as afinidades que têm connosco
A obsessão espiritual caracteriza-se pela acção de seres espirituais inferiores (em evolução moral) sobre o psiquismo humano.
Allan Kardec distinguiu nas suas pesquisas, três tipos de obsessão: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.
Na obsessão simples, a interferência espiritual atinge a mente causando algumas perturbações. Na fascinação, essa interferência é mais profunda, afectando a consciência da pessoa, desencadeando processos alucinatórios. Na subjugação a interferência amplia-se aos centros da afectividade e da vontade, afectando os sentimentos e o sistema psicomotor, levando o obsidiado (a pessoa que sofre o assédio espiritual) a atitudes e gestos estranhos.
Nesse sentido é errado falar-se em termos de possessão espiritual, já que os espíritos não entram no corpo da pessoa, antes o envolvem procurando intuir ideias que eles querem que a pessoa ponha em prática.
Assim, todos nós, sofremos a influência positiva ou negativa dos espíritos, conforme as nossas afinidades mentais.
A pessoa correcta, que respeita o ser humano, que é digna, entra em sintonia (vibratória) mental com espíritos, isto é, pessoas já falecidas, que também são equilibradas e pensam de igual modo.
Quem sofre de perturbação espiritual, deve estudar o assunto
e pedir auxílio numa associação espírita idónea
Aquela pessoa cujo objectivo é apenas satisfazer o seu próprio egoísmo, a sua vaidade, o seu orgulho, a sua maldade, essa entra em afinidade mental com seres de igual natureza, seja neste mundo seja no mundo dos espíritos.
Nesse sentido, cada um de nós é senhor do seu destino, colhendo os frutos do seu agir no quotidiano.
Quando a problemática da obsessão espiritual aparece, é fundamental que a pessoa peça auxílio numa associação espírita idónea (onde não se cobre nem se aceite dinheiro pelas suas actividades) para que nas sessões espíritas se possa esclarecer não só o espírito necessitado que está a interferir com a pessoa no corpo de carne, como também que essa mesma pessoa seja esclarecida do processo que está a viver e comece a mudar a sua maneira de agir no sentido de alterar essa situação indesejada: a interferência espiritual.
Aconselhamos vivamente a leitura dos livros acima referidos, de Allan Kardec, para mais esclarecimentos acerca deste assunto.
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dezembro 07, 2009
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