Não sabemos lidar com a morte



O Jogo decorria como os demais. Mais um jogo de futebol, neste caso entre o Vitória de Guimarães e o Benfica. Estávamos no fim do jogo, quando de repente, um dos jogadores do Benfica, Miklos Feher, cai.

Habituados a que os jogadores caiam no relvado, quase ninguém ligou, mas logo se viu que havia algo de anormal. Acabara de morrer um jovem de 24 anos de idade.
Consternação nacional, homenagens, choros, comoção, cobertura escandalosa das televisões, aproveitando-se dos sentimentos alheios para «vender» ainda mais.
Entre o inusitado do acontecido e o espanto geral, ouviam-se vozes de transtorno, de incredulidade: «Não é possível», «Deus não é justo», «Era jovem, merecia viver», «Descansa em paz» entre outros comentários que se iam ouvindo.
Ficamos a meditar no acontecimento, afinal poderia ter acontecido connosco ou com alguém ao nosso lado. Meditámos igualmente na precariedade da vida física e de como nós fazemos dela uma luta estridente e egoísta, colocando-nos uns contra os outros.
Falando com pessoa amiga, deduzíamos conceitos em torno da Doutrina Espírita e como seria diferente o mundo se as pessoas, conhecendo as leis que regem o intercâmbio entre o mundo espiritual e o mundo terreno, encarassem a vida de outra maneira.
O estudo da Doutrina Espírita (ou Espiritismo), aponta o caminho existencial humano, explicando-lhe de onde vem como ser humano, inteligente, para onde vai após esta vida física, porque está na Terra, por quê as dissemelhanças, uns partirem para o mundo espiritual aos 24 anos e outros aos 60, 80 anos de idade, uns com doenças outros sem elas.

O estudo da Doutrina Espírita afigura-se como enorme portal do conhecimento

O estudo da Doutrina Espírita afigura-se como enorme portal do conhecimento que faculta ao homem entender a vida numa perspectiva holística, verificando experimentalmente a imortalidade da alma.
Não sendo mais uma seita nem mais uma religião em luta contra as demais, o Espiritismo é uma doutrina consoladora, explicando e demonstrando ao homem que a morte é uma quimera, que a vida continua noutra dimensão existencial, que os laços de amor não se perdem jamais, e que cada um de nós tem nesta existência física os problemas, alegrias e tristezas que precisa encontrar para a sua evolução moral, dentro da lei de causa e efeito, isto é, cada um recolhe hoje o que semeou outrora, daí a dissemelhança de existências. No entanto, todos nós, apontando no caminho da felicidade, da busca do equilíbrio íntimo. Partindo para o mundo espiritual pelo fenómeno da morte do corpo físico, aos 6 anos, aos 20 anos de idade ou na velhice, são apenas pormenores existenciais, pois o Espírito voltará com novo corpo para novas experiências evolutivas, aprendendo intelectual e moralmente, em busca da felicidade que um dia atingirá, reencarnação esta, hoje em dia, por demais evidenciada pelas pesquisas científicas de vários cientistas como o Eng.º Hernâni Guimarães Andrade, no Brasil, o Dr. Hemendra Banerjee, na Índia e o mundialmente conhecido e respeitado psiquiatra americano Dr. Ian Stevenson, nos EUA (entre outros), que tem coligidos cerca de três mil casos de crianças que se lembram de vidas anteriores, demonstrando cientificamente a existência da reencarnação.
Poderíamos resumir o pensamento espírita dentro desta frase depositada no túmulo de Allan Kardec, (o eminente pesquisador e professor parisiense, discípulo de Pestalozzi, que pesquisou e codificou a doutrina espírita) «Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei».

Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei

É claro que não é possível conhecer o Espiritismo sem o estudar muito bem. Para isso aconselhamos a página na Internet, da Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal www.adeportugal.org bem como os livros de Allan Kardec, sem os quais não é possível conhecer a Doutrina Espírita.
Miklos Feher terminou o seu estágio na Terra, nesta existência corporal, voltando mais tarde, num novo corpo, com novo nome, no mesmo país ou não, mas sendo o mesmo ser, o mesmo espírito, com toda a sua aprendizagem adquirida até aos dias de hoje.
Estudando o Espiritismo, aprendemos que afinal a morte não é esse carrasco implacável, mas apenas uma porta que se abre para uma nova existência, num fluir constante e evolutivo entre o mundo espiritual e o mundo terreno.

Artigos diversos
dezembro 07, 2009
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