A cena parece retirada do filme «Always», há alguns anos atrás tornado célebre pela sua abordagem do paranormal. Tudo se passou agora, na capital portuguesa, Lisboa, com uma espécie de «Always» à portuguesa, mas… dentro de uma viatura. Venha viajar connosco…
João é estudante de pilotagem. Trabalha, e nas suas horas vagas dedicou-se a aprender a pilotar helicópteros. Tem uma paixão por voar, para além da perspectiva de uma carreira mais aliciante e melhor remunerada no futuro.
Inscreveu-se numa escola de pilotagem nos arredores de Lisboa, e os dias foram decorrendo com aulas teóricas, teste e mais testes, a acompanhar o desembolsar de muitos euros. Mas, estava a valer a pena, afinal era o seu grande sonho a tornar-se realidade.
O grande dia chegara: iria voar pela primeira vez. Acompanhado pelo instrutor, lá efectuou o primeiro voo, numa mescla de encanto com a sensação esquisita de querer pilotar uma máquina, que exige o domínio correcto de pés e mãos, num sincronismo e coordenação motora que não é para qualquer um.
Chegou o voo nº 2. Já não era novidade. No entanto, obviamente, as dificuldades eram as mesmas, no afã de tudo e rapidamente aprender.
Quando aterrou, estava feliz, o sonho estava a tornar-se realidade.
Era hora de regressar a casa, a esposa com a filhota quase a nascer esperavam-no em casa, no reencontro diário e agradável.
A meio da viagem, João sentiu um pânico terrível, pânico de morte. «Mas que é isto? Pensou… Porque estou com medo de morrer? Que coisa… afinal eu não tenho medo de morrer, e muito menos medo de morrer de helicóptero, porque estes pensamentos?....» João não ligou, deixou voar os pensamentos noutra direcção.
Repentinamente, veio-lhe um nome à cabeça: José Silva, e o pânico de morrer de helicóptero continuava, que coisa…. pensava o João.
Passados dias, em conversa, veio a descobrir que um tal José Silva tinha morrido recentemente de acidente de helicóptero, e que tinha sido instrutor naquela escola. Não ligou muito à conversa, afinal era mais uma situação entre tantas outras do quotidiano.
De repente fez-se luz: lembrou-se da sensação de pânico sentida na sua viatura, quando regressava a casa após o seu segundo voo de instrução de helicóptero, e do nome que lhe viera à cabeça e que desconhecia por completo.
As peças do puzzle iam-se encaixando.
João é espírita, e tem alguma sensibilidade mediúnica. Contou-nos o caso, e dentro dos conhecimentos que conseguimos adquirir ao longo dos tempos, explicámos-lhe que certamente o espírito do José Silva, em perturbação, pretendia comunicar-se com alguém e provavelmente ainda não teria consciência da sua condição de desencarnado (fora do corpo de carne = falecido) e daí o seu pânico, receio de morrer.
João, que tem mediunidade (faculdade que permite captar o mundo espiritual), certamente captou o psiquismo do piloto falecido, sentindo-lhe a sua angústia.
Foi efectuado um pedido de ajuda espiritual num centro espírita, em prol do falecido piloto, que nunca conhecemos.
Ficámos a ponderar como lhe teria sido muito mais fácil a passagem para a outra margem da Vida, se ele conhecesse os princípios da Doutrina Espírita (ou Espiritismo), evitando assim a perturbação reinante na actualidade.
A ideia espírita vem dar ao homem a certeza da imortalidade do Espírito, através de manifestações espontâneas como estas, deixando uma filosofia de vida irretorquível, assente na moral de Jesus de Nazaré. Ciência filosófica de consequências morais, a Doutrina Espírita (que não é mais uma seita nem mais uma religião) vem explicar ao homem, a origem, natureza e destino dos Espíritos, bem como a relação existente entre o mundo espiritual e o mundo carnal.
Bibliografia:
- Kardec, Allan, O Livro dos Espíritos
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dezembro 17, 2009
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