O terrorismo está na berra, depois dos ataques
terroristas em França, neste Janeiro de 2015. As TV’s e os jornais,
paradoxalmente, esqueceram mais de 2 mil mortos na Nigéria, vítimas do
terrorismo, em cinco dias, curiosamente na mesma altura em que, em França, eram
mortas 20 pessoas. Quase todos os Chefes de Estado rumaram a França,
indignados. Nenhum foi à Nigéria…
Estávamos numa
mesa de café a saborear um cafezinho bem português, quando íamos ouvindo a
conversa na mesa ao lado, em torno do tema em epígrafe.
Desenrolavam-se
argumentos a favor e contra esta ou aquela situação, se os “cartoons “ satíricos
eram oportunos ou não, se as vidas de 20 franceses valiam mais que 2 mil vidas
nigerianas, entre muitas outras observações que, patenteavam o estado social
explosivo em que vivemos no planeta Terra.
Das soluções
preconizadas para resolver tão dramático problema, todas elas envolviam a
violência, como solução para a … violência.
Os problemas
sociais, bem como as leis criadas pelo ser humano, neste ou naquele país, têm
as suas raízes no íntimo do Homem, daí que, qualquer solução para os dramas
sociais que temos no quotidiano, passam inevitavelmente pelo íntimo de cada um
de nós.
Queremos ser
livres, ter liberdade de expressão, mas quando é para os outros, que pensam de
maneira diferente utilizamos sim a liberdade de …. pressão.
Queremos que
os outros pensem como nós, falem como nós, ajam como nós.
Somos
intolerantes com a diferença, exigindo dos outros aquilo que eles não podem
dar. Daí, à violência, é um passo. Começa no lar e, arrasta-se às relações
sociais e relações entre Estados.
Queremos ser
respeitados, mas não respeitamos os outros.
Quando nos
desrespeitam, invocamos o direito ao respeito, quando as nossas atitudes são
colocadas em causa, invocamos a liberdade de expressão.
Ser livre, é
essencialmente estar em paz consigo mesmo e com os outros.
Ser livre é
ter serenidade que, flui do bem-estar interior que, por sua vez, vem da noção
do dever cumprido e da consciência tranquila.
Queremos uma
sociedade pacífica e, somos belicosos.
Queremos uma
sociedade honesta e igualitária e, roubamos, enganamos.
Queremos
oportunidades iguais, mas buscamos sempre mais e o melhor para nós, em
detrimento do próximo.
Queremos paz
no mundo e, semeamos guerras (mentais, nos sentimentos, nas atitudes…).
Só com o respeito pela opinião alheia, com
pensamentos, sentimentos
e atitudes pacificadas, conseguiremos ter paz no
Mundo
A Doutrina
Espírita ou Espiritismo (que não é mais uma seita nem mais uma religião) vem
trazer à Humanidade a noção de espiritualidade sadia, independentemente do
local onde vivamos no planeta Terra, das nossas convicções.
O Espiritismo
ensina-nos que, só seremos mais felizes quando semearmos a felicidade… dentro
de nós.
Para isso,
urge que cada um faça aos outros o que desejaria que lhe fizessem, se estivesse
no lugar do outro.
O Espiritismo
ensina-nos que “fora da caridade não há salvação”, demonstrando que somente a
fraternidade, o auxílio mútuo desinteressado, geram atitudes e pensamentos
elevados que, nos conduzam a patamares superiores de espiritualidade.
O Espiritismo
ensina-nos que devemos respeitar o próximo, aceitá-lo como ele é (sem ser
conivente com o erro), auxiliar ao invés de criticar, amparar ao invés de
acusar, conversar ao invés de gritar, colocar o bem comum acima do bem pessoal.
A decisão é
nossa, a de estagnarmos na evolução intelectual e moral, encharcando-nos no
ódio, na discórdia, na intolerância ou a de evoluirmos por dentro, pacificando
sentimentos, pensamentos e tendo atitudes fraternas, semeando assim um futuro
mais pacificado dentro de nós e ao nosso redor.
Quando sairmos
da ilha do egoísmo que nos destrói e, conseguirmos sentir carinho por aquele
que nos hostiliza, que de nós discorda e, soubermos entender que, apesar de
tudo, são apenas opiniões que passam, mas que são seres humanos imortais como
nós, então, estaremos a caminho de uma sociedade mais pacificada, pondo em
prática os ensinamentos de Jesus de Nazaré (que são universais): “não faças ao
outro o que não gostarias que te fizessem” e “amar o próximo como a si mesmo”.
Utopia?
Depende de
nós!
A cada um de
acordo com as suas obras…
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