O mar é
fascinante, as marés vivas ainda mais e, quanto há tempestades, as pessoas
deleitam-se a contemplar a beleza da “fúria” do mar.
Outros, optam
por surfar essas mesmas ondas, como o britânico Andrew Cotton ou o havaiano
Garret McNamara que, imortalizaram as ondas na Nazaré, Portugal.
Mas, existem
outras ondas gigantes que são surfadas todos os dias, por gigantes anónimos do
mar, mas que não são conhecidas, por não serem mediáticas.
Há cerca de
mais ou menos 1 ano, conheci a Mariana (nome fictício). Jovem bonita, loira, na
casa dos 25 anos, cheia de vida e energia. É impossível não se simpatizar com
ela.
Quando me
contou a sua história de vida prometi nunca mais me queixar da vida.
Nos seus 25
anos de idade, Mariana já tinha surfado cerca de 7 operações de alto risco ao
sistema vascular, nas ondas da vida, lá para os lados do Hospital de Santa
Maria, em Lisboa. Apesar de quedas iminentes, lá se conseguiu agarrar à prancha
da competência dos cirurgiões e, continuar a querer surfar outras ondas,
diferentes, menos turbulentas.
Mariana, vai
surfar novamente dentro de dias, uma onda mais perigosa que a do McNamara, não porque queira, mas por imperativo da vida. Ficamos todos a
torcer para que as pranchas aguentem e, eu volte a ver aquele sorriso bonito e
cheio de garra pela vida, que ela exala.
Faz hoje (5 de
Fevereiro de 2014) um ano que, Joana, outra amiga minha, surfou a maior onda da sua
vida, quase inacreditável.
Amanhã, noutras vidas, noutros mundos, surfaremos
outras ondas,
mais serenas e deliciosas, quiçá com outras técnicas
que por agora desconhecemos…
De repente,
sem que ela contasse, estava na crista de uma enorme e assustadora onda de
leucemia do seu jovem marido, na casa dos 30 anos, pai de 2 crianças bebés. A
mota de água da vida puxou-os para lá, largando-os de seguida para que
seguissem o seu roteiro.
A minha amiga
Joana, apesar de ser três réis de gente, aguentou-se firme na crista da onda e, ao longo deste ano, tem-na surfado continuamente, fazendo os maiores malabarismos possíveis e
imaginários, sem se dar ao luxo de cair da prancha que a sustenta.
Não fosse a
Doutrina Espírita (ou Espiritismo) e, estaria revoltadíssimo com a situação, quer
da Mariana, quer da Joana. Mas, com o Espiritismo, aprendi as leis que regem o
intercâmbio entre o mundo espiritual e o mundo corpóreo, bem como a lei de
causa e efeito, a imortalidade, a reencarnação, quem somos, de onde viemos,
para onde vamos, nesta encruzilhada da Vida.
Não fosse o
Espiritismo e, quer a Mariana, quer a Joana, estariam hoje desesperadas, mas, ao
invés, sabem que são imortais e, que os momentos difíceis por que passam estão
escritos nas estrelas, como consequência de experiências menos nobilitantes em
outras vidas (como aliás com todos nós).
Neste mar de
ondas gigantes, enquanto uns se divertem a arriscar a vida por prazer, adrenalina
e prémios, outros surfam ondas enormes, por uma questão de estoicismo, de
resistência, de vontade de viver, de superação.
Nunca mais
esquecerei as minhas amigas Mariana e Joana, pois quem sabe, um dia, não terei de
pegar na minha prancha e surfar uma onda bem grande, mas aí, já saberei que
outros o fizeram com êxito, tenacidade e garra, com vontade de vencer.
E amanhã,
noutras vidas, noutros mundos, surfaremos outras ondas, mais serenas e
deliciosas, quiçá com outras técnicas que por agora desconhecemos…
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