A ilusão do "Poder"...


Na obra “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita (ou Espiritismo – uma filosofia de vida, que não é mais uma religião ou seita), questiona os bons Espíritos acerca da medida da felicidade na Terra, e estes esclarecem que é possuir o necessário para viver, consciência tranquila e, fé no futuro.

Desde há 2 mil anos que Jesus de Nazaré deixou à Humanidade um roteiro de paz e felicidade: “Não fazer ao próximo o que não desejaríamos que nos fizessem”.
Pode parecer inconcebível, mas, 2 mil anos depois, o ser humano, apesar da imensa evolução tecnológica, mantém os padrões ético-morais similares de desde sempre: o egoísmo como a grande chaga da Humanidade.
Na ilusão do poder, o Homem escraviza outros homens, explora-os, engana-os.
Na ilusão do poder, o Homem cria armas nucleares, vítima do medo que transporta no imo do ser.
Na ilusão do poder, o Homem almeja conquistar território a outros países, esquecendo-se que, minutos depois, pode estar fora do corpo de carne, pelo fenómeno natural da morte física.
Na ilusão do poder, o Homem amealha para si tesouros sem fim, sem que os possa fruir, pois a vida é demasiado curta para os milhões conseguidos em negócios escuros, no agiotismo financeiro, nas bolsas, nos mercados.
Na ilusão do poder, os políticos dilapidam o suor do povo, esbanjando o dinheiro dos impostos.
Na ilusão do poder, o tráfico de droga, de pessoas, de armamento, de interesses, leva o Homem a crimes inconcebíveis, abrindo portas para dolorosas expiações em vidas futuras.
Na ilusão do poder, a China, a Rússia e outros países almejam aumentar a sua zona de influência, esquecendo-se que estamos todos na Terra sem podermos sair daqui definitivamente.
Na ilusão do poder os EUA, a maior potência nuclear e bélica do mundo, dá-se ao luxo de se auto-proclamar polícia do mundo, bombardeando aqui, invadindo acolá, para repentinamente demonstrar toda a sua impotência perante o furacão Harvey, de categoria 4, que devastou o Texas e outros locais nos EUA.

O verdadeiro poder é o poder interior, o poder do Amor,
da serenidade, do entendimento, da compreensão,
da aceitação mútua, do bem-estar interior.

A maior potência do mundo foi humilhada pelo furacão Katrina há mais de 10 anos e, a Natureza parece querer relembrar que nem o seu arsenal pode contornar a própria Natureza, que os EUA tanto têm desprezado, poluindo-a sem limite nem piedade.
A Doutrina Espírita, nas suas vertentes científica, filosófica e moral, demonstra experimentalmente, ao Homem, a imortalidade, a reencarnação e a lei de Causa e Efeito.
Assente nos seus 5 princípios básicos – Deus, imortalidade do Espírito, comunicabilidade dos Espíritos, reencarnação e pluralidade dos mundos habitados – o seu estudo, entendimento e vivência, trazem ao Homem consequências de ordem moral, levando o ser Humano a verificar que o racismo, xenofobia, diferença de género, diferença social, poluição da Natureza, são paradigmas ultrapassados e, que o verdadeiro poder é o poder interior, o poder do Amor, da serenidade, do entendimento, da compreensão, da aceitação mútua, do bem-estar interior.
Esse é o desiderato da Humanidade, a bem ou a mal, na certeza de que cada um só colhe aquilo que semeia (nesta vida ou em vidas anteriores) ao nível dos sentimentos, pensamentos e atitudes.
Relembrando Jesus de Nazaré, a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.
Relembrando Mohandas Gandhi, não há um caminho para a paz, a Paz é o caminho.
A vida na Terra podia ser um mar de rosas, não fosse o egoísmo feroz e o desconhecimento do ser humano da sua condição de ser espiritual.
Que possamos ter o poder de nos sentirmos em paz interior, pois esse é o único que jamais nos será retirado, dado que é conquista milenar do Espírito imortal.
Artigos diversos
agosto 30, 2017
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Comentários

  1. Boa reflexão. Os tempos são de contensão. Num mudo material, tempo para reflectir e abordar estes temas que nos dizem respeito a todos, não faz parte do cardápio das tarefas humanas. É pena, consequentemente vamos colher o produto da sementeira de hoje, amanhã.

    Abraço Fraterno

    António Silva

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