Cujo
perfume m’inebriou
Parei
os meus passos
Aquele
cheiro m’estancou
Atrás
dela fui
Como
que hipnotizado
Ou pelo
perfume da Rosa
Ou pelo
corpo torneado
Como
não tinha pressa
Fui
observando a donzela
Com
cabelos loiros
Porte
altivo e, muito bela
Pensava
comigo próprio,
Com
ela, seria feliz.
Ter
uma mulher assim,
Não
era de torcer o nariz!
Seguia-a
discretamente,
Totalmente
obcecado.
Vi,
que ela, de repente,
Entrou
na porta ao lado
Apressei
o passo,
Qual
jovem imberbe,
Que
perdera o seu “tesouro”
E voltara
ao “casebre”
Parei
na porta,
Onde
ela entrara.
Questionei
o porteiro,
Pela
que m’ofuscara
O
senhor, já experiente,
Com
um sorriso matreiro,
Olhou
para mim,
E disparou
certeiro:
“Olhe,
amigo,
Aquilo
não é p’ró seu dente,
É prostituta
fina,
Não
é para qualquer gente”
Fiquei
então a saber,
Que
ali havia um bordel,
Que
funcionava à socapa,
Só lá
ia gente com “papel”
Voltei
à realidade,
Parei
na taberna.
“Bom
dia, ti Claudino
Como
vai a sua perna?”
“Melhor,
Sr. João,
Mil
vezes obrigado.
Mas
que faz o senhor,
Por
cá, por este lado?”
“Deite
lá o bagaço,
Que
quero esquecer.
Tive
um “tesouro” na mão
Que
acabei de perder”
Contei-lhe
o caso,
Um
pouco em surdina
E ele
também não sabia
Que
ela era “mulher fina”
“Tinha-a
como mulher fidalga,
Tamanha
era a visitação,
Mas
o que a fidalguia queria,
Não
posso dizer aqui, não”
“Oh
homem de Deus,
Vossemecê
não é feliz,
Com
a D. Elsa
E mais
o seu petiz?
Emudeci
de repente,
Pensando
na minha mulher.
Como
perdera a cabeça,
Com
uma qualquer?
E lembrando
minha mãe,
A consciência
dizia:
“Uma
mulher vale por dentro
E não
pelo que parecia”
“É
assim, Sr. João,
Nem
tudo que luz é oiro,
Por
vezes sai na rifa,
Um autêntico
estoiro”
Contente-se
com o que tem,
Sem
cobiçar mulher alheia.
Pois
nem sempre a bonita é bela,
Sendo
a bela por vezes feia.
“Você
hoje está inspirado,
Pague-se
lá a bagaceira”.
“Ná,
Sr. João, hoje, ofereço eu,
P’ra
lhe atenuar a “cegueira””
E, João,
regressou ao lar,
Meditando
na conversa,
Para
que queria ele,
Outra
que não a sua Elsa?
Não
era tão vistosa,
Mas
não era prostituta,
Era
mulher d’um homem só,
Mulher
de muita labuta
Com
tanta aparência,
Muitos
enganos existem,
Os que
parecem gente séria,
São
por vezes gente triste.
Todos
acabam no caixão,
Todos
acabam deitados.
Sejam eles o patrão,
Ou sejam simples criado.
Portanto,
perde as peneiras,
Estuda
o Evangelho,
Que
te dá roteiro seguro,
Até
que sejas “velho”
Quem
porfia no bem,
Quem
porfia na justiça,
Nada
tem nada a temer,
Quando
lhe “rezarem missa”.
Poeta alegre
Psicografia
recebida por JC no ENL, Óbidos, Portugal, em 1 de Julho de 2013
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julho 18, 2013
3
É bem verdade. Muita gente leva gato por lebre. Não se deve dar valor às aparências...
ResponderEliminarSérgio
Pois o pior é que estamos ás vezes desarmados e preguiçosos e rezam-nos por cima as missas ás avessas... orar e vigiar os pensamentos disfuncionais, e naturalmente reflectir e agir sempre é remédio santo para chutar para longe o efeito das tais missas... Um abraço e muita Paz!
ResponderEliminarEle teve o que mereceu! Então tem mulher e filho em casa e vai andar com pensamentos noutra? até a seguiu? ainda ficou triste e foi beber para esquecer a perda! coitado! se o poema continuasse, ele ainda diria que foi influenciado por espíritos, que não teve culpa.
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