DEUS NÃO É JUSTO… (?)
Existem duas visões de Deus: a tradicional, das religiões e, a da doutrina dos
Espíritos (ou espiritismo) - que não é mais uma seita ou religião, mas sim uma
filosofia de vida espiritualista.
Na visão das religiões formais tem-se uma noção antropomórfica, de um
velhinho de barbas e cabelos brancos, que pune ou premeia conforme o mérito de
cada um.
Na ideia espírita, Deus não é uma semelhança do Homem, mas sim a “Inteligência
suprema, causa primária de todas as coisas”.
Não sabemos o que é Deus além desta definição,
mas podemos entendê-Lo pelo pensamento filosófico e pela lógica (in “O Livro
dos Espíritos”).
Com o Espiritismo aprendemos que Deus é o Amor
incondicional na sua maior intensidade. As leis de Deus são universais e
aplicam-se igualmente a todos os seres existentes no Universo, nos
múltiplos planetas.
O Espiritismo assenta em cinco pontos essenciais:
Deus, imortalidade do Espírito, comunicabilidade dos Espíritos, reencarnação e
pluralidade dos mundos habitados.
Estudando a reencarnação (hoje uma prova científica), cada um de nós é um
Espírito imortal, temporariamente num corpo de carne, com a vitalidade para X
anos, a fim de cumprir uma missão na Terra, evoluindo assim intelectual e
moralmente.
Quando o corpo morre, fruto de doença, acidente, etc, o Espírito continua a viver numa
outra dimensão mais subtil, etérea, invisível aos olhos da carne.
Passado um determinado tempo, volta a nascer num
novo corpo, nesse processo evolutivo (reencarnação) até que um dia, sendo
Espírito-puro, não necessite mais de reencarnar, passando a ser co-criador com
Deus, no Universo, em múltiplas tarefas.
Não há castigos nem prémios.
O que obrou no Bem, quando voltar para o mundo
espiritual pelo fenómeno natural da morte física, irá com o seu íntimo
tranquilo e em paz e, quem obrou no Mal, colherá o inverso, de acordo com a Lei
de Causalidade.
Todos nós, sem excepção, reencarnamos na situação que
precisamos, na família e no país que necessitamos, para cumprirmos a nossa
tarefa reencarnatória, exercendo positiva ou negativamente o livre-arbítrio,
no nosso quotidiano.
Fazemos as escolhas e colhemos os efeitos, seja a
curto, médio ou longo prazo, sendo que Deus, na sua bondade infinita e por
muito amar toda a sua criação, não interfere no que acontece às pessoas, já que
todas elas estão mergulhadas no Oceano de Amor que preenche o Universo, onde vigora
a Lei de Causa e Efeito.
Dizem os Espíritos que a maior parte das dores que
temos são provocadas por nós, nesta vida, sendo as restantes dores ecos de
vidas passadas (cf. “O Evangelho segundo o Espiritismo”, causas actuais
e anteriores das aflições).
Se pudermos ler a magnífica obra “O Livro dos
Espíritos”, de Allan Kardec, com 1019 perguntas e respostas, vamos
encontrar explicação, esclarecimento e consolo, percebendo quem somos, de
onde viemos, para onde vamos e a causa das dissemelhanças de oportunidades.
“Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sem
cessar, tal é a Lei”, ensina o Espiritismo, numa cosmovisão onde Deus é a bondade
e justiça infinitas.
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