Deus não é justo...(?)

 DEUS NÃO É JUSTO… (?)

 

Dois futebolistas portugueses, irmãos, de 25 e 28 anos de idade, desencarnaram (faleceram) num trágico acidente de automóvel, em Espanha, tendo provocado uma onda de choque emocional em Portugal e no estrangeiro. Nessa comoção pudemos ouvir várias vezes a exclamação de que “Deus não é justo”, por ter permitido isto a duas pessoas na flor da idade e cheias de projectos. O que tem o Espiritismo a dizer sobre isto?

Existem duas visões de Deus: a tradicional, das religiões e, a da doutrina dos Espíritos (ou espiritismo) - que não é mais uma seita ou religião, mas sim uma filosofia de vida espiritualista.
Na visão das religiões formais tem-se uma noção antropomórfica, de um velhinho de barbas e cabelos brancos, que pune ou premeia conforme o mérito de cada um.
Na ideia espírita, Deus não é uma semelhança do Homem, mas sim a “Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”.
Não sabemos o que é Deus além desta definição, mas podemos entendê-Lo pelo pensamento filosófico e pela lógica (in “O Livro dos Espíritos”).
Com o Espiritismo aprendemos que Deus é o Amor incondicional na sua maior intensidade. As leis de Deus são universais e aplicam-se igualmente a todos os seres existentes no Universo, nos múltiplos planetas.

O Espiritismo assenta em cinco pontos essenciais: Deus, imortalidade do Espírito, comunicabilidade dos Espíritos, reencarnação e pluralidade dos mundos habitados.
Estudando a reencarnação (hoje uma prova científica), cada um de nós é um Espírito imortal, temporariamente num corpo de carne, com a vitalidade para X anos, a fim de cumprir uma missão na Terra, evoluindo assim intelectual e moralmente.
Quando o corpo morre, fruto de doença, acidente, etc, o Espírito continua a viver numa outra dimensão mais subtil, etérea, invisível aos olhos da carne.
Passado um determinado tempo, volta a nascer num novo corpo, nesse processo evolutivo (reencarnação) até que um dia, sendo Espírito-puro, não necessite mais de reencarnar, passando a ser co-criador com Deus, no Universo, em múltiplas tarefas.
Não há castigos nem prémios.
O que obrou no Bem, quando voltar para o mundo espiritual pelo fenómeno natural da morte física, irá com o seu íntimo tranquilo e em paz e, quem obrou no Mal, colherá o inverso, de acordo com a Lei de Causalidade.

Todos nós, sem excepção, reencarnamos na situação que precisamos, na família e no país que necessitamos, para cumprirmos a nossa tarefa reencarnatória, exercendo positiva ou negativamente
o livre-arbítrio, no nosso quotidiano.
Fazemos as escolhas e colhemos os efeitos, seja a curto, médio ou longo prazo, sendo que Deus, na sua bondade infinita e por muito amar toda a sua criação, não interfere no que acontece às pessoas, já que todas elas estão mergulhadas no Oceano de Amor que preenche o Universo, onde vigora a Lei de Causa e Efeito.
Dizem os Espíritos que a maior parte das dores que temos são provocadas por nós, nesta vida, sendo as restantes dores ecos de vidas passadas (cf. “O Evangelho segundo o Espiritismo”, causas actuais e anteriores das aflições).

Se pudermos ler a magnífica obra “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, com 1019 perguntas e respostas, vamos encontrar explicação, esclarecimento e consolo, percebendo quem somos, de onde viemos, para onde vamos e a causa das dissemelhanças de oportunidades.

Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sem cessar, tal é a Lei”, ensina o Espiritismo, numa cosmovisão onde Deus é a bondade e justiça infinitas.

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julho 05, 2025
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