A acção!
Depois de termos relacionado o medo, a ilusão
da morte, a solidão, com a pandemia da COVD19, na óptica espírita, terminamos
hoje esta série de quatro artigos, abordando a acção.
O espírita não é um assistente privilegiado do
que se passa na Sociedade.
Não é melhor nem pior do que os não espíritas.
É diferente, na sua maneira de ver a vida,
tendo em conta os conhecimentos adquiridos com o estudo do Espiritismo
(ciência, filosofia e moral).
Não é um eleito, com um bom lugar à sua espera
no mundo espiritual, por ter a etiqueta de espírita. Tem consciência da razão porque
vive neste planeta, no país X ou Y, na família Z, rodeado de colegas diversos e,
enquadra todas essas nuanças, aparentemente por acaso, dentro da Lei de
Sociedade (in “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec).
Sabe que vive em Sociedade com um objectivo
útil, seja do ponto de vista da aprendizagem intelectual seja no campo moral.
Conhece o seu dever de solidariedade para com todos os homens, mesmo aqueles
que se dizem seus inimigos.
Sabendo-se Espírito imortal, tem consciência de
que é um ser que vive em dois ambientes em simultâneo: o meio físico, denso e,
o meio espiritual, menos denso.
Cônscio da existência do perispírito (corpo espiritual) sabe que tudo o que pensa
interage energeticamente consigo mesmo e com os outros, bem como com o meio
ambiente. Nesse sentido, procura uma sintonia quase constante com o Bem, evitando
o ócio dos pensamentos viciados e improdutivos. Conhece o poder da prece
(diferente de rezas) como fortíssimo dínamo energético que brota do seu imo,
sintonizando com os altos planos da espiritualidade, onde se nutre das boas
energias de que necessita para o alimento do Espírito, diariamente.
Há três tipos de
espíritas: os que entraram para o espiritismo,
os que o absorveram e os que exalam de si o espiritismo.
os que o absorveram e os que exalam de si o espiritismo.
Para ser espírita não basta ser adepto, é preciso
aprofundar conhecimentos, sentimentos e atitudes. Ele próprio descobre que
precisa de se burilar moralmente, para se sentir em sintonia com o Amor,
combustível do Universo.
Na sua actividade filantrópica, desinteressada,
fraterna e humanista dentro do Espiritismo, jamais recebe qualquer tipo de
compensação, mesmo que imaterial, vivendo com o fruto do seu trabalho social,
numa qualquer actividade que não a espiritual.
Muitas pessoas esperam ansiosamente a morte
para poderem ser felizes, logo depois que larguem o corpo de carne, mas isso, é
uma ilusão.
A vida é só uma, desde que fomos criados
simples e ignorantes até pela imortalidade fora, desdobrando-se em milhares de
reencarnações, através dos imensos planetas, em escalas evolutivas cada vez
mais sublimes, até que se atinja o estado de Espírito-puro, continuando a sua
evolução na condição de cocriador com Deus, no Universo.
Tudo é acção, actividade, na vida do Homem e,
desperdiçar tempo é algo que jamais se recupera. Mesmo no ocaso das forças
físicas, antes de desencarnar, há sempre motivos para aprender algo diferente,
que servirá de arcaboiço intelectual / moral, para a continuidade da vida no
mundo espiritual e em futura reencarnação.
Nesse sentido, o entusiasmo, a alegria de
viver, a certeza da imortalidade
(baseada em factos) dão ao espírita, essa contínua busca de mais saber,
de melhor sentir, de mais amar e servir incondicionalmente.
(baseada em factos) dão ao espírita, essa contínua busca de mais saber,
de melhor sentir, de mais amar e servir incondicionalmente.
Mesmo em contexto de pandemia, mesmo em
confinamento, as actividades autoeducativas do ponto de vista espiritual, são
inúmeras.
O espírita deve caminhar na vida como uma luz,
mesmo que ténue, que vai iluminando, despretenciosamente, aqueles que lhe sigam
na retaguarda da evolução espiritual.
Como tal, a pandemia que vivemos não é uma desgraça, motivo de desespero, de
desânimo, a não ser que vejamos a vida pelos acanhados horizontes do materialismo,
hoje desactualizado pelos conceitos da Física quântica: tudo é energia, não
existe matéria. Se vista pelos horizontes espíritas, é apenas mais uma experiência
individual e comunitária, desta feita à escala global, da qual sairemos indubitavelmente
mais fortes, mais felizes, mais experientes, em busca de novas premissas para
uma Sociedade mais justa, fraterna, colaboradora e feliz no decorrer das
décadas, centenas de anos no devir.
Ter medo do vírus não faz sentido, mas ser responsável
e acatar as normas sociais em prol do Bem comum, faz sentido!
Ter medo da morte não faz sentido, já que esta
não existe, é uma mudança de situação (de um plano mais denso para um menos
denso), onde continuamos a viver, como quando aqui estávamos, aprendendo,
preparando uma nova reencarnação, quando tal for oportuno, sem que nada se
perca do que se conquistou intelectual e moralmente.
Viver na solidão não faz sentido, pois o
espírita, cônscio da profundidade do Espiritismo, vive em permanente actividade,
objectivando o Bem, o êxito, o serviço à comunidade, já que servir deve ser o
seu desiderato.
Aproveitemos, pois, estes tempos para
amadurecer conceitos, aprofundar planos de vida, meditar em torno da mesma,
buscando aquilo que nela nos catapulta para patamares de bem-estar interior,
que é afinal o objectivo da vida no corpo de carne: “nascer, morrer,
renascer ainda, progredir sem cessar, tal é a Lei”.
Artigos relacionados
Suicídio
fevereiro 15, 2021
0
Comentários
Enviar um comentário