O
dia amanheceu triste,
sentia
o corpo quebrado.
Dores
de cabeça, febre,
certamente
um resfriado.
Passados
dois dias,
a
situação não melhorava.
Estava
um pouco pior,
com
dificuldade respirava.
Fui
ao Hospital,
em
busca de melhoras.
Já
de lá não saí,
ao
fim de quatro horas.
"O
senhor tem o vírus,
tem
de ficar internado".
Levaram-me
para um quarto,
onde
fiquei isolado.
Como
não melhorava,
disseram
que me iam sedar.
Lá
respirei a anestesia,
e
dormi sem acordar.
Parecia
um sonho,
mas
era realidade.
Sentia-me
bem,
e
em liberdade.
Não
me lembro,
do
tempo passado
com
a anestesia,
no
quarto, isolado.
Aquela
serenidade,
estava-me
a “incomodar”.
Onde
estava eu,
que
parecia flutuar?
Enfermeira
sorridente,
aureolada
de luz,
tranquilizou-me
a mente,
“Durma
um pouco, Sr. Cruz”.
Quando
despertei,
dei
por mim curado.
Sem
dor de cabeça,
a
febre tinha passado.
As
vestes dos enfermeiros
eram muito diferentes,
nem
pareciam tratar
de pessoas
doentes.
Com
estes pensamentos
em
suave turbilhão,
não
sonhava sequer
que
se dera a desencarnação.
Após
um tempo,
o
tal “anjo” voltou.
“Sr.
Cruz, tem visita,
d’um
tio que muito amou”.
O
tio Ferreira apareceu,
com
o seu ar despachado.
Só
aí reflecti:
ele
está desencarnado.
Assim
descobri,
que
deixara o corpo carnal,
e
que transitara
para
o mundo espiritual.
Espera-me
agora
aprender
muita lição,
afinal,... morrer,
pode
ser suave transição!
Poeta alegre
Psicografia de JC, em Óbidos, Portugal, em 19
de Maio de 2020
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