
Frequentemente, em qualquer tipo de aglomeração
social (trabalho, casa, associativismo…) encontramos pessoas que, magoadas,
acabam por se afastar de outras, outrora amigas, pessoas que trabalhando lado a
lado, mal se falam, sempre queixosas mutuamente, tendo em conta as “suas”
razões, sempre válidas, de acordo com o ponto de vista.
A separação opera-se (no casal, na empresa, no associativismo…),
como mal menor, em vista da aparente impossibilidade de relacionamento.
A vida acaba por continuar, até que o irmão
Tempo se encarregue de pensar as feridas da alma que, entretanto, cicatrizam,
com outros labores e entendimentos.
Essa é a causa das continuadas guerras regionais,
um pouco por todo o mundo, desde que o Homem é Homem, guerras que começam no
seu íntimo, alastram-se ao lar, à Sociedade, aos países, ao mundo.
Quase sempre têm os seus alicerces no egoísmo
de opinião, no melindre, na mágoa estéril, nos silêncios que gritam e ferem, no
mal-entendido.
As pessoas sofrem em silêncio, gritam caladas,
choram sem lágrimas, muitas vezes sem que o outro saiba o que se passa, pois os
dois grandes inimigos e aliados da Humanidade, já se instalaram no seu
psiquismo: o “mal-entendido” e o “silêncio”.
O “mal-entendido” queixa-se, magoa-se, verga
sob a dor imaginária, e o “silêncio”, cruel companheiro, amplifica o problema,
impondo-se, para que a luz da amizade, da solidariedade, do entendimento, não
volte a brilhar.
Quando o problema surge, a desconfiança se
instala, o mal-entendido se insinua, é fundamental ter o bom senso de,
fraternalmente, esclarecer o assunto com o “opositor”.
Fazendo isso, denotando grandeza moral,
rapidamente se desfazem preconceitos, problemas inexistentes, aclaram-se
situações, geram-se entendimentos, e as pessoas chegam a rir-se de si próprias,
fruindo assim a paz de Espírito perdida temporariamente.
“Olho por
olho, o mundo acabará cego”
(frase
atribuída a Mohandas Gandhi)
Que seria do Homem se os órgãos do seu corpo
físico se comportassem de tal maneira? Se o coração se melindrasse com o fígado
e deixasse de o irrigar? Se o estômago se zangasse com os rins?
Seria o colapso, dir-me-ão…
E não é isso que estamos a fazer nas nossas
relações sociais (obrigatórias ou voluntárias), abrigando na alma o melindre, a
mágoa, a queixa, quase sempre sem causa justa e útil, deixando-nos vencer pela
dupla terrível do mal-entendido e do silêncio?
O Espiritismo, como ciência de observação,
filosofia e moral, demonstra experimentalmente a imortalidade do Espírito,
apresenta-nos uma nova filosofia de vida, de modo a podermos ser mais felizes e
a evoluirmos mais depressa, e assenta na moral que Jesus de Nazaré deixou à Humanidade.
Afinal, bastaria que cada um de nós, tentasse
fazer ao próximo o que desejaria que lhe fizessem (se estivesse na mesma
situação), que cada um abdicasse de “ter razão” para ser feliz.
Utopia, dir-me-ão alguns…
Teimosia tola, digo eu… viver em guerra (mental
ou física) quando se pode viver em paz.
É tudo uma questão de opção…
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março 21, 2018
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