23 e 24 de Abril de 2016
ficarão na memória das 510 pessoas que estiveram presentes nas XII Jornadas de
Cultura Espírita de Caldas da Rainha, Portugal.
Conferências, teatro, música e
cinema, foram a pedra de toque para um evento que, este ano reuniu portugueses,
espanhóis e brasileiros.
A Doutrina Espírita (ou Espiritismo) apareceu há 159 anos, após
pesquisas incansáveis por parte do Prof. Hippolyte Rivail, em França (Allan Kardec),
que utilizando o método experimental ainda hoje em voga, apresentou ao mundo a
Doutrina Espírita, não como mais uma religião ou seita, mas sim uma ciência de
observação, uma filosofia de consequências morais.
Durante a ditadura do Estado Novo, o Espiritismo foi perseguido e
ilegalizado em Portugal, pois incomodava o antigo regime e o Cardeal Cerejeira.
Os seus bens foram confiscados e entregues à Casa Pia, e até hoje ainda não
foram devolvidos.
Após o 25 de Abril de 1974, o Espiritismo renasceu das cinzas, e hoje, em
Portugal, apresenta-se como uma forte ideia cultural, esclarecedora e
consoladora, que faz a ligação entre ciência e espiritualidade, de uma forma
raciocinada e com bases científicas, assente na moral ensinada por Jesus de
Nazaré.
Já com tradição espírita nas Caldas da Rainha, desde o tempo do Estado
Novo, o Espiritismo floresce de novo, com dois centros espíritas na cidade,
cujo objectivo é servir, esclarecer, consolar, sem pedir ou aceitar nada em
troca.
Só por muita distracção ou maldade é que alguém, nos dias que correm,
com a informação que existe, pode confundir Espiritismo com superstição,
crendice, magia, etc…
Amplo movimento cultural, vem de encontro às ânsias do ser humano,
explicando o porquê da Vida, de onde vem e para onde vai após o decesso do
corpo físico, tendo como objectivo contribuir para a pacificação do Homem, e
consequentemente da sociedade, auxiliando-o assim a potencializar a sua
espiritualidade, aproximando-o de Deus.
Sob o tema “As duas faces da
Vida”, as XII Jornadas de Cultura Espírita do Oeste decorreram no Centro
Cultural e Congressos de Caldas da Rainha, onde mais de 500 pessoas de
Portugal, Espanha e Brasil (para além das centenas que acompanhavam “online” e outras
que ainda poderão ver no “Youtube”), ouviram médicos, professores, jornalistas,
psicólogos, abordarem de forma coerente e pesquisável, toda a vida do ser
humano, desde a preparação para a reencarnação até à vida no mundo espiritual,
após a morte do corpo físico.
O Espiritismo é cultura, não
é mais uma religião ou mais uma seita.
Como ciência filosófica de
consequências morais, ajuda o Homem
a espiritualizar-se,
aproximando-o assim de Deus.
Edmundo Cezar, presidente da Associação Brasileira de Artistas
Espíritas (ABRARTE), interpretou de forma magistral os monólogos “Tintino” e
“Um lírio no pântano”, recebendo demora ovação do auditório, de pé.
Felipe Menezes, vice-presidente da Federação Espírita do Amapá, Brasil,
apresentou uma curta-metragem sobre o aborto e o suicídio, premiada, intitulada
”Agora… já foi”.
O grupo “Canções do Bem”, de Goiânia, Brasil, fez nas Caldas da Rainha
o lançamento mundial do seu 1º CD de música, música esta que encantou o vasto
auditório, envolvendo-o em doces vibrações de paz, harmonia.
O evento começou como terminou: com uma magistral conferência do Físico
e Prof. universitário Moacir Costa Lima, que deliciou todos os presentes com o
seu saber, a sua arte de comunicar, mas acima de tudo com a sua simplicidade.
O bom tempo ajudou as centenas de pessoas que se deslocaram a Caldas da
Rainha, que foram conhecendo a cidade, os seus museus, que contribuíram para a
economia local, dormindo, comendo, e que levaram na retina boas recordações da
cidade.
Conforme referiu o Sr. Presidente da Câmara, Dr. Tinta Ferreira,
aquando do seu discurso de abertura, Caldas da Rainha sabe receber aqueles que
a visitam, discurso aliás muito admirado, citado e elogiado por parte dos
participantes, admirados com a postura pluralista, tolerante e isenta
demonstrada pelo Sr. Presidente da Câmara.
O objectivo foi atingido: levar ao público a cultura espírita, que
objectiva pacificar consciências, a sociedade, e espiritualizar o ser humano.
Na medida em que ele se espiritualiza, pacifica-se, passando a colocar em
prática a essência dos ensinamentos de Jesus de Nazaré: “Fazer ao próximo o que
desejaríamos que nos fizessem”.
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