Quando
optamos por opinar, concordar ou discordar, corremos o risco de sermos mal
interpretados, de sermos amados ou detestados.
É
normal, isso faz parte da natureza do ser Humano.
Convencionou-se,
há muito tempo, em muitos espíritas, um conceito desvirtuado de
"caridade".
Os
bons Espíritos ensinaram-nos que "Fora da caridade não há salvação",
isto é, que somente trilhando o caminho da "caridade" para connosco e
para com o próximo, nos seus múltiplos matizes, evoluiremos espiritualmente e
mais depressa.
A
grande maioria dos espíritas reencarnados, fomos padres e freiras de outrora e,
é natural que tragamos no nosso bojo psíquico, arquivos sedimentados do tempo
do catolicismo, tentando, actualmente, impregnar a prática espírita com essas
reminiscências.
É
muito comum confundir-se no dia-a-dia, "caridade" (característica
espiritual) com complacência com o erro, com a asneira, com práticas
anti-doutrinárias, algumas que chegam a colocar em causa a imagem da Doutrina
dos Espíritos.
Alguns
dos espíritas, querendo aparentar bondade, sugerem que devemos calar perante o
erro, que em nome do bom nome do Espiritismo não devemos apontar o erro,
fugindo assim, quase sempre à responsabilidade de dizer "desculpe, mas não
concordo, pois isso não é Espiritismo".
Querem
estar de bem com todos, com quem acerta e com quem erra, acabando muitas vezes
por resvalarem na crítica, às escondidas, o que denota a tibieza espiritual e
psicológica que ainda temos na Terra.
O
Espírito Erasto, em "O Livro dos Médiuns" aconselha que mais vale
repelir 10 verdades do que aceitar uma mentira.
Allan
Kardec, sempre denotou uma personalidade correcta, justa e assertiva, a tal
ponto que afirmou, que no dia em que a ciência dita "oficial"
provasse que um único ponto do Espiritismo estivesse errado, este seria
abandonado.
A
isto chama-se... bom-senso!!!
A melhor maneira de imortalizar a
memória de Chico Xavier é respeitá-la,
tentando ser simples, humilde,
desapegado e servidor,
como ele sempre foi na Terra...
Francisco
Cândido Xavier (Chico Xavier) foi a maior antena psíquica do século XX, um
Espírito nobre, cuja grandiosidade certamente desconhecemos.
Sendo
a simplicidade em pessoa, deixou à Humanidade preciosa joia, a sua obra
psicografada de mais de 400 livros.
Paralelamente,
e quiçá tão ou mais importante como a sua obra, deixou o seu exemplo de
"Homem de Bem", conforme ensina o "Evangelho Segundo o
Espiritismo", exemplo de simplicidade, de serviço ao próximo, furtando-se sempre
ao destaque e procurando sempre ser o maior servidor e não ser servido.
Este
foi o "Homem-Bom" que eu conheci, pelos livros, pelas entrevistas,
pelos relatos, pelos dados históricos recentes.
Como
se não bastasse o pseudo Espírito do "Dr. Inácio Ferreira" vir todas
as semanas do Além actualizar um blog, e que num processo evolutivo regressivo,
está pior no Além do que quando estava na Terra, ditando livros (autênticas
aberrações doutrinárias) por um médium brasileiro, anda por aí um outro Chico
Xavier - vedeta, criado à imagem dos seres humanos que o criaram.
É
o Chico-Xavier dos mausoléus, é o Chico Xavier que disse coisas a pessoas
durante a vida que nunca disse publicamente quando estava na Terra (muito
estranho, sabendo-se da assertividade de Chico Xavier), é o Chico Xavier dos
"Encontros dos amigos do Chico Xavier" (uma reedição das confrarias
ou das ordens religiosas?), como se não houvesse um espírita lúcido que não
tenha um grande preito de gratidão por esse nobre Espírito, benfeitor da
Humanidade, é o Chico Xavier da "pomadinha Chico Xavier"...!!!
Haja
bom-senso...!!!
A
memória de Chico Xavier deve ser imortalizada, não só na sua obra literária,
mas principalmente no seu exemplo de "Homem de bem", de Espírito
nobre, de missionário na Terra.
A
melhor maneira de imortalizar a sua memória é respeitá-la, tentando ser
simples, humilde, desapegado e servidor, como ele sempre foi na Terra, e não
criando-se um "santo dos espíritas" com o respectivo
"merchandising" acoplado.
O
Chico Xavier - vedeta que por aí anda nada tem a ver com o Espiritismo.
O
Chico Xavier - Homem de bem, esse sim, foi, é e será sempre, um exemplo para
todos nós.
Da
minha parte, vou tentar ser como ele, nem que seja... um bocadinho!
Quanto
ao resto, fica aquela frase: "a cada um de acordo com as suas obras".
José Lucas
jcmlucas@gmail.com
Portugal - 17 Out 2015
PS - Não conheço pessoalmente as pessoas que
inventaram o "Chico Xavier - vedeta", nem nada me move contra elas. Na qualidade de Espírita, livre-pensador, não
questiono pessoas (seres imortais, meus irmãos em Deus) mas sim atitudes,
opiniões (todas elas passageiras) que ferem, na minha óptica, a memória do
médium Chico Xavier, ferem o bom-senso e a imagem séria da "Doutrina dos
Espíritos".
Neste artigo excelente o amigo José Lucas dá uma opinião muito lógica, muito lúcida, livre e sincera em relação a Francisco Cândido Xavier. Dá-nos um pista clara: seguir o exemplo desse grande homem que deixou uma marca indelével na Doutrina Espirita. Ele era médium, aqui, e não o autor das psicografias. Mas do exemplo de vida ele foi o autor pleno.
ResponderEliminarLucas, concordo com a sua forma de pensar.!
ResponderEliminarParabéns pelo artigo! Concordo com você em todas as palavras, pontos e vírgulas. O que importa é o exemplo de HUMILDADE que ele, Chico, nos chamou a seguir, o mesmo exemplo que Jesus seguiu e nos deixou para que O seguíssemos, e de seus ensinamentos tirássemos apontamentos que nos faz caminhar para a nossa evolução, de espíritos ainda simples e ignorantes. Infelizmente as luzes dos holofotes cegam, os aplausos tornam muitos ditos "espíritas" inebriados nas teias do orgulho, uma grande chaga da humanidade.Mas como dizia Chico... a cada dia temos uma página em branco a ser escrita, e são estas páginas que deveremos apresentar quando a pátria espiritual voltarmos, quando voltarmos a nossa verdadeira casa, então procuremos escrever todas as boas ações, as boas obras, as virtudes que conseguimos trabalhar e verdadeiramente extirpar do vaso sujo que ainda existe dentro de nós. Abraço fraterno.
ResponderEliminarObrigada amigo Lucas. Subscrevo inteiramente.
ResponderEliminarUm abraço fraterno.