Portugal teve mais um acto eleitoral no dia 25 de
Maio de 2014, procurando eleger os seus representantes ao parlamento europeu.
No meio da campanha eleitoral, promessas, festas, festarolas e o acto de votar,
fica uma sensação de que as pessoas não acreditam nos seus “representantes”
políticos, de tal modo é o nível da abstenção. E que tem isto a ver com a
Doutrina Espírita (ou Espiritismo)?
Quando a
Doutrina dos Espíritos surgiu em meados do século XIX, operou-se uma revolução
na Terra: o Espiritismo matou a morte, demonstrando à saciedade, a imortalidade
do Espírito, a reencarnação e a comunicabilidade dos Espíritos. Até então,
acreditava-se de uma maneira ou de outra na vida além da morte, a partir desse
momento, essa vida futura ficou demonstrada de tal modo que, somente as pessoas
muito distraídas ainda não se aperceberam disso.
O Espiritismo
ensina-nos que vivemos na Terra, num mundo de expiação e provas, onde o mal
ainda se sobrepõe ao bem, pese embora a fase de transição para um nível
superior que se operará durante o 3º milénio. Nesse sentido, verificamos a
desigualdade social, o egoísmo (base de todos os defeitos) desenfreado, aliado
ao materialismo anestesiante, a consumirem o bem-estar e as oportunidades de
felicidade do ser humano.
A Doutrina
Espírita ensina-nos que à medida que o homem for evoluindo intelectual e
moralmente, ao longo das vidas sucessivas (reencarnações), vai tendo sede de
justiça, de paz, de harmonia, de fraternidade.
As leis dos
homens, embora procurando na sua génese serem universais e justas, são ainda
muito imperfeitas, procurando na maior parte das vezes, facilitar a ocultação
de crimes económicos, entre outros. A justiça, bem inalienável segundo as
Constituições dos países na Terra, é acessível apenas aos ricos, havendo muitas
vezes uma relação de causa e efeito entre a capacidade de pagar a advogados
caros e o desenlace dos processos judiciais.
Dizem os bons
espíritos que estamos numa fase evolutiva, do ponto de vista espiritual, ainda
muito primitiva e, que ao longo dos séculos, as leis dos homens vão-se
aproximando das leis divinas, da Lei Natural, das Leis Morais, que podemos
encontrar por exemplo na obra “O Livro
dos Espíritos”, de Allan Kardec. Quando tal desiderato acontecer, não mais
os homens procurarão enganar outros homens, não mais o egoísmo será o paradigma
dominante, e a noção de justiça social, de equidade diferenciada, de irmandade,
será uma realidade sentida por cada ser humano, que transportará de modo
consciente (o que ainda não acontece) no seu íntimo, a certeza da perenidade
das leis divinas.
Com a reencarnação, novos espíritos aí estão, a fim
de mudarem
o paradigma existencial da sociedade, baseado no
egoísmo,
pelo paradigma da solidariedade e do amor ao próximo.
Gerindo-se
pela sua consciência, onde estão inscritas as leis de Deus, o homem não mais
ludibriará, não abusará dos dinheiros públicos e, a política será encarada como
uma nobre missão de servir o povo, seus irmãos em evolução. Provavelmente, os
eleitos serão de outra forma, pela sua capacidade ético-moral-intelectual, um
pouco à semelhança do mundo espiritual, onde os líderes se destacam pela sua
grandeza moral, pela sua evolução que se impõe naturalmente, pela gentileza,
pela bondade, pelo Amor, características próprias dos espíritos nobres e
evoluídos.
Para aqueles
que descrêem do futuro, o Espiritismo explica que tal transformação moral na
Terra será mais rápida do que se pensa, através do fenómeno natural da
reencarnação (que já está a ocorrer) onde espíritos mais evoluídos moral e
intelectualmente estão a voltar ao planeta, a fim de darem um “empurrão” na
senda da evolução. Esses seres espirituais, nossos filhos, vêm com novas
ideias, novas noções de justiça e de equidade e, serão em breve os futuros
gestores, governantes, agricultores, artistas, teólogos, filósofos, cientistas,
etc…, que catapultarão a Terra para novos horizontes existenciais, mais justos
e felizes.
Até lá,
façamos a nossa parte, dando o exemplo de rectidão, de honestidade, de
caridade, sem cogitar dos erros alheios que não podemos solucionar.
Relembrando
Jesus de Nazaré, cada um de nós voltará à pátria espiritual com aquilo que
semear e colher nesta vida, dentro da assertiva de que “a semeadura é livre mas a colheita obrigatória”.
Comentários
Enviar um comentário