Surpreendidos


Enlevados com a mensagem de Jesus, empolgaram-se em múltiplas actividades preparatórias para a reencarnação, aprofundando conhecimentos de ordem geral, estudando Kardec, especializando-se em áreas mais condizentes com a sua maneira de ser, no campo filosófico, científico, religioso, artístico, caritativo.
Assemelhavam-se a forte contingente de combatentes do Cristo, envoltos nas Suas doces vibrações, determinados em voltarem ao planeta Terra para aí zurzirem o materialismo com a chama da fé, com a prática do Amor.
Foram cenas edificantes, emocionantes, e são-no quase sempre, as despedidas dos comprometidos com o Cristo, voltando ao campo de luta, buscando semear o bem e assim libertarem-se do passado delituoso. Compromissos efectuados, promessas de apoio espiritual contínuo, vão quais falanges de homens e mulheres determinados a mudarem o mundo, usando apenas o bastão do Amor.
Mergulhados na carne, quase sempre adormecem à sombra do materialismo, das circunstâncias mundanas, até que um dia, os benfeitores da retaguarda proporcionam um despertar para a realidade com que se comprometeram: casas de oração são erigidas, propósitos nobres são depositados nas consciências, mas o homem, ainda invigilante, não se apercebe que a seara espírita é apenas oportunidade de trabalho, jamais campo de bajulação ou catapulta para o estrelato.
Com a caridade nos lábios, quantas vezes agimos ao contrário!
Quantas vezes mostramos caridade material para nos valorizarmos socialmente, esquecendo a caridade do silêncio perante o erro alheio, a caridade do entendimento, da compreensão.
Mergulhado mais uma vez no círculo vicioso da vaidade, o homem, apesar dos apelos constantes da retaguarda espiritual, bem como dos alertas durante o desprendimento do veículo somático, permanece envolto no seu ego, personalizando a doutrina que se quer universal, universalista e despersonalizada.
Pensando agir no bem, alimenta-se na vaidade.
Pensando cumprir com os compromissos assumidos, encarcera-se nos vícios pretéritos, onde o ego funciona quais algemas que o manietam.
Mais tarde, desencarnam almejando o país da luz, as recepções felizes ao som de trombetas, com músicas suaves, e deparam-se apenas… consigo próprios.
São os espíritas surpreendidos… até que um dia aprendam que o Amor é o caminho que nos levará aos estados de alma felizes, Amor esse que passa pelo trabalho por todos, para todos, sem qualquer tipo de prurido ou de vaidade ou ainda de vontade de destaque.
Enquanto não nos consciencializarmos de que nada mais conta do que o Amor, continuaremos a ser surpreendidos no mais Além, encontrando-nos tal qual somos e não tal qual desejaríamos em virtude de relatos de outrem, encontrados na bibliografia espírita.
Que os espíritas se consciencializem de que o seu agir deve ser coerente com a doutrina que defendem.

Amélia Cardia
Psicografia recebida nas Caldas da Rainha, Portugal, em 2 de Dezembro de 2003 
Psicografias
março 17, 2010
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Comentários

  1. que grande verdade, eu falo por mim quantas vezes pensamos que trabalhamos para os outros, que ajudamos , fazemos atendimento no centro espírita, damos passe , e pensamos que somos «importantes », realmente pensando bem é tão pouco ! há tanto para fazer e provavelmente programámos muito mais!!! que Deus nos ajude a ter sempre consciencia da nossa pequenez!!

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  2. Lindo... sem comentários

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  3. Adepto Jesus interpretado por Kardec22 de março de 2010 às 12:03

    Olá

    Gostei muito desta psicografia que nos mostra a grande diferença entre dizer-se espirita, na acepção da palavra "espirita" definida por Kardec, e agir como espirita.

    Aproveito para alertar para a maior das caridades, que é a divulgação da própria doutrina espirita (a doutrina Jesus de Nazaré, vista na perspectiva que os bons e sábios espíritos ensinaram a Allan Kardec).

    Pergunto-me muitas vezes: como é possível transmitir de forma eficaz a doutrina que Deus me permitiu aprender?

    A primeira resposta que me vem à cabeça é pensar que a razão de ser da minha incapacidade de transmitir se deve à minha insuficiente compreensão e/ou capacidade de transmitir as minhas ideias. Para transmitir bem uma ideia temos de a conhecer bem, e podemos ter as melhores ideias, mas para elas chegaram às outras pessoas, é preciso que a comunicação funcione.

    A resposta que recebi nos centros espiritas que já frequentei funcionou. Não pelo que me foi dito, mas pelo exemplo e pela caridade demonstrada. Há uma barreira muito grande entre as actividades públicas e as actividades privadas. Praticamente não se fala daquilo que se passa nas reuniões mediunicas.

    Eu não espero que a privacidade alheia seja devassada, ou que essas reuniões sejam acessíveis ao publico. Compreendo que não pode ser e está longe de mim, tal ideia.

    O que me faz confusão é que essas experiências de contacto com o além sejam um tabu. Que não sejam mais faladas.

    Compreendo que os médiuns não queiram fazer publicidade de si mesmos, pois são apenas os instrumentos de que os bons espíritos se servem. Isso é meritório. Não há necessidade alguma de divulgar nomes, nem de espíritos, nem de médiuns, nem de outros trabalhadores da casa espirita.

    Contudo, relatar a realidade dos irmãos desencarnados que chegam à reunião mediunica, sem devassar a sua privacidade nem a dos seus familiares, ou de quem quer que seja, relatar a forma como são ajudados, daria segurança e consciência de que aquilo de que a doutrina espirita fala é constatado frequentemente, em todas as casas espiritas. Que não são fenómenos distantes, que só acontecem com seres iluminados, de outros tempos, mas uma realidade banal nos centros espiritas.

    Não é o fenómeno que interessa divulgar ao pormenor, mas dar a noção de que os conhecimentos escritos por Kardec são válidos e actuais. Que há muitos espiritas que, para além de acreditar, sabem, pois lidam frequentemente com a realidade da comunicação com o além. É o testemunho que urge passar.

    A finalidade da mediunidade é gerar a fé alheia. E falar sobre o que se passa na reunião mediunica é uma das formas de o fazer, em meu entender. É uma meritória forma de caridade.

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  4. Olá,antes demais agradeço a todos aqueles que permitiram que esta mensagem chegasse até nós. É sem dúvida verdade que muitos dos que se dizem espíritas, não seguem aquilo que o espiritismo aconselha.Temos que vigiar nossos exemplos, pois vale mais do que as palavras.Concordo com o ultimo comentário, sobre o falar no que se passa nas reuniões mediúnicas, mas ser prudente para não perturbar ninguém. Ainda há quem tenha muito medo dessas coisas. O grande médium Chico Xavier recebia mensagens nas reuniões púbicas que aliviaram muitos corações atormentados com a perca de entes queridos. Em Portugal ainda se discute essa possiblidade, em muitos centros espíritas.

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  5. Bem hajam todos os envolvidos nesta actividade e transmissão deste conhecimento.

    RL

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