O retrato social parece estar mais violento que nunca. Desde a violência infantil nos lares, a violência doméstica sobre mulheres, violência nas escolas, gangs, assaltos, violência entre países, violência social generalizada, terrorismo, enfim, tudo parece apontar para estarmos a viver num autêntico barril de pólvora, numa espécie de guerra não declarada, sempre à espera do primeiro estilhaço.
Todos são unânimes que este cenário não
pode continuar, todos nos sentimos inseguros, os "media" destacam
apenas o mal, na ânsia do dinheiro fácil, sanguinolento, rematando para o lixo
notícias que apontem no sentido do bem, no sentido da paz.
Mudemos de cenário!
Domingo à tarde, Caldas da Rainha,
Portugal. Tinha-me deslocado com a esposa e os 2 filhotes pequenos a uma
superfície comercial. Ao sair, com pouco carros no parque de estacionamento,
circulava a uns 20 kms/h, ainda a arrumar um papel ou outro. Uma buzinadela
sonora, na rectaguarda, lembrou-me que alguém tinha mais pressa. Encostei-me à
direita. O condutor apressado, ao passar pela nossa viatura, ainda soltou um
sonoro (sai daí óh lesma), ele também na presença da esposa e de duas crianças.
Mas o que mais me fez reflectir não foi a atitude mal educada, o mau exemplo
que deu aos seus filhos, mas sim o olhar do condutor, colérico, parecendo
deitar chamas de ódio.
Fiquei estupefacto!
Num fim de tarde de um domingo, na
presença de crianças, qual seria a causa daquela atitude intempestiva, seguida
daquele olhar "mortal"?
Decerto, aquele condutor quando chegasse
a casa e ligasse a TV seria o primeiro a insurgir-se contra a violência no
mundo, contra a corrupção, contra o roubo, enfim contra os males sociais.
De imediato centrei-me em mim próprio,
desligando-me do tal "olhar mortífero", e fiquei a meditar como sou
imensamente feliz por ser espírita. Não que eu seja melhor que o outro
condutor, (ele até podia estar num "dia mau", a que todos têm
direito), mas porque o conhecimento da doutrina espírita dá-nos outra visão da
vida, menos imediatista, mais global, o que se repercute inevitavelmente, pela
positiva, na nossa maneira de viver no dia-a-dia.
O
espírita avança no sentido da pacificação interior, da alteração
de
atitudes no seu quotidiano, pacificando os que o rodeiam,
num contágio incessante que abraça todo o
planeta.
Fiquei a pensar como seria bom que as
pessoas conhecessem a ideia espírita (ciência, filosofia e moral), que não é
mais uma seita nem mais uma religião, que soubessem, sentissem a certeza de que
somos seres imortais, temporariamente num corpo de carne. Como seria bom que
soubessem que a vida continua após a morte do corpo físico, como quem muda de
casa, que é possível a comunicabilidade com aqueles que já nos precederam na
grande viagem, que conhecessem o mecanismo da reencarnação, única explicação
plausível para as dissemelhanças sociais, dissemelhanças de oportunidades de
alegrias, de dores. Como seria bom que se embrenhassem na essência da doutrina
espírita, assente na moral de Jesus de Nazaré (fazer ao próximo o que desejamos
para nós próprios).
Fiquei a pensar numa pessoa que há dias
me dizia: "vocês espíritas são
diferentes", ao que eu rematei - "mas nem sempre somos melhores, mas esforçamo-nos para isso".
O conhecimento da doutrina espírita
(começando pelo "O Livro dos
Espíritos", "O Evangelho
Segundo o Espiritismo" e outros livros, todos de Allan Kardec) leva o
homem a tornar-se mais fraterno, a ter vontade de servir, de ser útil,
desinteressadamente. Ao sentir essa mudança íntima, avança no sentido da pacificação
interior, da alteração de atitudes no seu quotidiano, e pacificando-se,
pacifica os que o rodeiam, com as suas atitudes, num contágio incessante que
abraça todo o planeta.
Fiquei a pensar como seria bom que todo
o planeta tivesse acesso a este tesouro espiritual (a doutrina espírita), e da
enorme responsabilidade do espíritas em divulgá-lo o mais e melhor possível,
não no afã de arrebanhar adeptos, mas sim no sentido de contribuir para a
pacificação das consciências, dos países e do mundo.
Ou não fosse o poderoso deserto composto
de minúsculos e "desprezíveis" grãos de areia...
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julho 30, 2011
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A Doutrina, é sem sombra de dúvida, uma Luz,um caminho de esperança, um amanhecer onde o Sol brilha mesmo no meio da maior tempestade da existência humana. Para mim foi o despertar de uma vida que se estava a transformar num pesadelo, foi o reencontro com o meu eu interior,a cura da cegueira que me conduzia a sentimentos de revolta e angustia perante uma prova de vida, que ao ser ultrapassada de forma positiva, e isto foi possível através da aplicação prática dos ensinamentos da Doutrina Espírita, trouxe a paz o equilibrio, a harmonia e a cura para queixas físicas já instaladas...
ResponderEliminarExcelente momento de reflexão. Que esses pequenos grãos sejam sementes de Amor, que a colheita seja de Luz... Obrigada.
Viana do Castelo