Espíritos às cores?



21 de Março foi o Dia Internacional contra a Discriminação Social, tendo também começado a Semana contra o Racismo, promovida pelo Conselho da Europa, numa época em que as manifestações racistas aumentam um pouco por todo o lado, bem como a xenofobia. Mas que tem o espiritismo a ver com este problema? Mais do que parece à primeira vista. Se não acredita, então, leia!

Poder-se ia abordar todo um conjunto de situações, que, hipoteticamente podem desencadear situações extremistas, como o racismo e xenofobia. Se é certo que determinadas situações sociais podem ajudar a despoletar tais fenómenos, urge procurar a causa, que, pensamos, reside bem lá no fundo de cada um de nós, servindo todas as outras respostas quase sempre para mascarar desacertos psicológicos que transportamos e que necessitam correcção.
Há tempos, quando assistia a um telejornal na companhia de um amigo, este desatou a tecer considerações acerca dos "pretos", entre outras afirmativas que raiavam o absurdo, do meu ponto de vista. Falei-lhe da reencarnação e meio a sério meio a brincar avisei-o de que necessitava corrigir seus sentimentos e maneira de pensar, pois, caso contrário, poderia ser um sério candidato à reencarnação, nessa mesma raça, de molde a aprender a valorizar o que realmente interessa: a pessoa em si, qualquer que seja a cor da pele do seu corpo físico. Não sei se pelo medo da hipótese de tal possibilidade ou se porque o argumento lhe calou fundo, despoletando novas conjecturas, o que é certo é que o referido amigo emudeceu.
Muito enganados andam aqueles que pensam ser a coloração da pele um factor determinante para qualquer tipo de superioridade, bem como outros factores que conduzem à xenofobia, muitas vezes associada ao racismo.
Neste tempo em que o planeta Terra passa por profundas transformações de cariz moral, notamos cada vez mais situações conflituosas, forças em descontrolo, sentimentos catárcticos nos homens, conflitos sociais. O homem, profundamente alheado da sua componente espiritual, antes sobrevalorizando e apenas conhecendo o seu cariz físico, terreno, procura a felicidade onde ela não existe, tentando encontrá-la em tudo quanto é exterior a si próprio, quando ela, a felicidade, é um edifício que urge ir construindo dia-a-dia, utilizando para isso o cimento da fraternidade e os tijolos dos bons actos para com o próximo, despojando-se simultaneamente de tudo aquilo que pode atrasar a construção de tão precioso edifício: o orgulho, ódio, vaidade, egoísmo, etc.

A resposta espírita ao racismo

A doutrina espírita (ou espiritismo) vem dar um grande contributo à Humanidade, explicando os fundamentos do cristianismo, de uma forma clara, aberta e acessível a todos. Sabendo nós que os espíritos não têm cor, que o que tem cor é o corpo temporário de que eles se revestem para que possam assim actuar no planeta onde se encontram reencarnados, lógico será aferir que essa mesma reencarnação desses mesmos espíritos poderá ocorrer em qualquer parte do planeta, em qualquer raça e numa ou noutra condição social, de acordo com as suas necessidades evolutivas (morais e intelectuais), tendo em conta todas as experiências vividas em vidas anteriores.
Com o espiritismo, a fraternidade, o amor ao próximo, deixam de ser uma quimera, um capricho meramente humano, para passarem a ser uma necessidade intrínseca ao desenvolvimento moral do homem e inerente bem-estar interior.Com o espiritismo, o homem compreende que já viveu antes e que viverá depois, e que a sua futura existência dependerá do que ele for nesta vida, de acordo com a lei de causa e efeito, que nos condiciona, quer queiramos quer não. Com o espiritismo o homem compreende como é inócuo alguém dar-se ao "luxo" de odiar, de dar guarida ao egoísmo feroz, à tola vaidade, ao orgulho estéril.

O espiritualista, e mais propriamente o espírita, sabe que todos os homens
são músicos dessa orquestra universal que é o Cosmos infinito,
e como tal,  não deve existir espaço no seu coração para o racismo
e outras atitudes descompensadas

A solução para os problemas sociais mantém-se inalterável e foi apresentada há dois mil anos, por Cristo: o amor ao próximo, o fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem, a fraternidade, entendimento, tolerância, bondade e ajuda mútua.
É claro que todas essas manifestações de racismo se diluirão no tempo, à medida que mais nos identificarmos com o que somos - interiormente - e menos acreditarmos ser aquilo que parecemos. Um trabalho que cada um terá de fazer por si próprio iniludivelmente.
Artigos diversos
dezembro 08, 2009
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