Jorge Gomes



A Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal (ADEP), entre outros projectos de divulgação, abraçou um desafio: um jornal que aborde o Espiritismo. Após quatro números já editados, conversamos um pouco com o seu editor, o jornalista Jorge Gomes, em resposta a muitas questões que nos têm colocado sobre este projecto. 

José Lucas - Como surgiu a ideia de criar o «Jornal de Espiritismo»?
Jorge Gomes - Quando um nicho de mercado está tão vago que incomoda, é natural que mais ano menos ano viesse a surgir um jornal diferente. Havia recursos humanos, dinheiro é que não! Curiosamente, sentíamos essa necessidade em silêncio, mas com frequência muita gente nos falava da urgência de criação de um periódico, jornal ou revista, dentro da Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal (ADEP) ou fora dela, que pudesse desenvolver informação específica e tecnicamente actualizada sobre espiritismo. Depois foi assim: água mole em pedra dura...

JL - O que é a ADEP e quem a constitui?
JG - A ADEP é uma associação que quando surgiu desejava juntar técnicos de comunicação, desde jornalistas a escritores, de professores a gente do marketing, etc., com vista a que nos seus tempos livres fossem capazes de ajudar do ponto de vista técnico o movimento espírita português, que não é rico, pelo contrário, e não recorre quase a profissionais para levar ao público os seus meios de comunicação. Teríamos assim uma divulgação tecnicamente muito mais capaz na divulgação das ideias espíritas.
Quem a constitui são uma vintena de sócios e outros tantos colaboradores que nos seus tempos livres, que na maior parte dos casos não são muitos, vão atendendo a projectos de trabalho diversos, desde este jornal ao curso básico de espiritismo via internet, do site a colóquios anuais e a todas as outras actividades desenvolvidas.

JL - Acha que a doutrina espírita é uma ideia bem aceite pelo povo português, ao ponto de justificar a existência do vosso jornal?
JG - Esta doutrina é qualquer coisa de prodigioso na área das audiências. Quando uma TV, uma rádio ou um jornal abrem espaço a informação desta natureza há uma repercussão no público muito superior à maior parte dos temas. A razão disso prende-se às temáticas fortes que envolve como a vida após a morte, as vidas sucessivas, a mediunidade, entre outras, questões estas mediantes as quais há muita curiosidade. Mesmo quem se engana a dizer que os «mortos» não voltam para dizer como foi morrer não deixa de dar uma demorada espreitadela a estas matérias...

JL - Que tipo de assuntos vocês abordam?
JG - De tudo um pouco. Desde a reencarnação à vida após a morte, da mediunidade às questões de actualidade, como as do tráfico de órgãos, sexualidade, de tudo um pouco.

JL - O Espiritismo é mais uma religião nova que está a difundir-se em Portugal e que veio do Brasil?
JG - O espiritismo ou doutrina espírita não é uma religião, é uma filosofia de vida. Baseia-se em factos, na experimentação, há o questionamento subjacente que entra no âmbito da filosofia, necessariamente, e busca uma utilidade prática, altruísta, para essas ilações, e aqui estamos no domínio da busca do bem pessoal e comum. No movimento espírita é possível que se vão encontrando práticas beatas, porque há pessoas que não conseguem de todo perceber os horizontes únicos desta doutrina e transportam consigo suas paixões pessoais, imiscuindo isso nas actividades que desenvolvem. Quanto menos estudam espiritismo mais podem descambar para essa vertente. Não é o nosso objectivo.

JL - Que tipo de articulistas têm no vosso jornal?
JG - Temos médicos, psicólogos, professores, engenheiros, jornalistas, administrativos e outros. A maior parte dos colaboradores não tem formação na área da comunicação, mas tem conhecimentos espíritas. 

JL - Como editor do JDE que tipo de feedback tem recebido por parte dos leitores?
JG - Até agora só temos recebido estímulos, pessoas que achamos até que exageram no apoio generoso e nos comentários que fazem a esta publicação tão jovem ainda. 

JL - Porque é que o JDE não está em todas as bancas? Como o adquirir?
JG - Porque a tiragem ainda não torna interessante essa possibilidade, mas sobretudo porque não há dimensão editorial e financeira que permita ir por aí nesta altura. Contudo, as pessoas podem adquiri-lo fazendo a sua assinatura anual (o jornal é bimestral, sai uma edição de 2 em 2 meses) através da morada da ADEP.

JL - Como é que o espiritismo pode ser útil à sociedade?
JG - Sendo estudado, interiorizado na sua parte ética, para que a sociedade possa ser constituída cada vez mais por pessoas verdadeiramente mais fraternas, de mente mais esclarecida, a fim de que a violência diminua em actos e pensamentos um pouco por todo o lado. Essencialmente isto, tudo o resto vem por acréscimo.

As pessoas que desejem adquirir o Jornal de Espiritismo podem dirigir-se a qualquer associação espírita ou então assiná-lo através da Internet para jornal@adeportugal.org para o Apartado 161, 4711-910 Braga, Portugal, ou ainda pelo telefone 351-93-825 61 34.

José Lucas
Entrevistas
novembro 16, 2009
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